Criado pelo artista visual João Montenegro e encomendado pelo cantor Jorge Vercillo para celebrar seus 30 anos de carreira, o painel transforma a essência da canção "Raça Menina" em uma narrativa visual simbólica e enigmática. Com referências ao ocultismo, misticismo e dualismo, a obra convida a múltiplas interpretações, mesclando a profundidade das letras do cantor com uma estética inspirada na arte medieval e em sua estrutura de contação de histórias.

 

No centro da composição, uma ampulheta antiga representa o tempo de gestação de uma nova consciência. Sua parte superior, repleta de planetas e estrelas, escorre para a inferior, fecundando uma criança cósmica – metáfora para a infância da consciência humana. Ao redor, cinco figuras híbridas dançam em círculo, evocando A Dança de Henri Matisse e simbolizando o ritmo da vida e o despertar.

 

O painel é dividido entre dia e noite, luz e escuridão, expressando o equilíbrio do dualismo. No topo, um olho central simboliza a percepção e a sabedoria, irradiando raios luminosos que formam um triângulo – referência à trindade divina e às pirâmides egípcias. A fusão do sol com o olho remete ao verso "Qual é o sol do seu olhar?", enquanto uma serpente mordendo a própria cauda representa a eternidade.

 

Ondas inspiradas em xilogravuras orientais envolvem os dançarinos, marcando a transição entre o bem e o mal. Abaixo, uma lua serena contrasta com o sol, simbolizando o feminino, a intuição e o inconsciente. Dois esqueletos tocando trombetas anunciam a transição entre a vida e a morte, guardando um portal protegido por uma gárgula alada. No limiar do desconhecido, labaredas de fogo se fundem a raízes, conectando o submundo à existência terrena.

 

A estrutura do portal traz colunas ornamentadas com figuras de diferentes civilizações – indígenas, africanas, indianas e um ser Anunnaki –, além de símbolos como a saudação vulcana. No topo, anjos mensageiros testemunham a jornada cósmica.

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📏 Dimensões do painel: 120 x 100 cm